Nos últimos anos, diversas políticas e ações de prevenção e conscientização de doenças vêm sendo realizadas para melhorar a qualidade e a expectativa de vida da população brasileira, como por exemplo, o fevereiro roxo. A realização dessas campanhas durante todos os meses do ano têm contribuído para um maior acesso à informação pela população.
As campanhas realizadas nos grandes meios de comunicação e o empenho de profissionais de saúde e ONGs voltadas para a atenção e o cuidado da sociedade, vêm contribuindo cada vez mais para que as pessoas desfaçam ideias fixas sobre o cuidado com o corpo e com a saúde física e mental.
Este artigo vem com o objetivo de esclarecer diferentes questões com relação ao fevereiro roxo, discutindo sobre sua origem e possíveis tratamentos, assim como o valor dessa campanha para a sociedade e a importância de realizar a prevenção das doenças. Todas essas questões são essenciais para a promoção da saúde e da qualidade de vida das pessoas.

No mês de fevereiro é realizada a campanha fevereiro roxo com o intuito de fomentar o debate sobre a doença de Alzheimer, Lúpus e fibromialgia. Durante todo o mês, são colocadas em práticas ações para ampliar o conhecimento da sociedade sobre essas doenças, contribuindo para a realização de um diagnóstico precoce.
Falar sobre essas patologias é importante para desfazer estigmas e ideias preconcebidas que dificultam a busca pelo tratamento e aumentam o sofrimento dos pacientes, atrapalhando a estabilização do quadro. É interessante pontuar que, todas as doenças do fevereiro roxo são incuráveis, possuindo apenas a possibilidade de controle de seu avanço.
A campanha do fevereiro roxo foi criada no estado de Minas Gerais. Surgiu junto ao movimento de desenvolvimento de ações para a conscientização de doenças dos diferentes meses do ano, facilitando o acesso à informações e promovendo estratégias para a busca de tratamento.
Foi a partir do ano de 2014 que o fevereiro roxo passou a ser realizado. Sua criação foi feita por meio do movimento de luta de organizações não governamentais. Posteriormente, receberam o apoio de entidades do governo passando a realizar campanhas a nível nacional com a promoção de cursos, palestras e campanhas publicitárias em diferentes meios de comunicação.
Não existe uma razão clara e detalhada sobre a escolha do roxo com a cor representativa do mês de fevereiro. Contudo, entende-se que o roxo passa a ideia de espiritualidade, fé e libertação de preconceitos. Logo, é uma boa representação da postura que deve ser adotada frente ao diagnóstico das doenças trabalhadas no mês.
Todas as campanhas realizadas durante os meses do ano são extremamente importantes, pois possuem o objetivo de criar estratégias para a promoção da saúde das pessoas.
O fevereiro roxo, especificamente, tem grande relevância para a saúde da população, uma vez que levanta o debate sobre doenças que não têm cura e que não são tão conhecidas por grande parcela da sociedade. A dificuldade em perceber os sintomas apresentados e a demora para buscar ajuda médica, são os principais problemas encontrados. Logo, as ações promovidas pela campanha buscam reverter esse quadro.
Esses esforços são essenciais para uma melhor qualidade de vida e bem-estar dos sujeitos que recebem o diagnóstico de doenças crônicas ou autoimunes. Vale ressaltar que o tratamento disponível nos dias atuais são necessários para impedir o avanço dos quadros, aumentando a expectativa de vida desses pacientes.
Para que o diagnóstico precoce aconteça é essencial que familiares, cuidadores e pessoas próximas ao paciente estejam atentos aos sintomas e sinais que se manifestam. Além disso, buscar informações sobre essas patologias têm um papel fundamental para que tanto o paciente quanto os familiares tenham a possibilidade de reconhecer as mudanças físicas e comportamentais no sujeito.
Como o Alzheimer acomete principalmente pessoas idosas, é comum que os sinais da doença sejam confundidos com o avanço da idade, como sendo um fenômeno da deterioração natural, provocada pelo processo de envelhecimento do sujeito. Por isso, é importante que os familiares e cuidadores fiquem atentos às pistas que a doença manifesta.
É comum que o sujeito com Alzheimer passe a ter alterações comportamentais repentinas, por exemplo, não lembrando o caminho de volta para casa, esquecendo fatos marcantes da história de sua própria vida ou acontecimentos importantes para a humanidade.
Também pode apresentar perdas significativas na linguagem, com a presença de um discurso vazio ou sem sentido, as pessoas também podem apresentar episódios de desorientação em tempo e/ou espaço, não reconhecendo lugares que costumava frequentar e se perdendo facilmente na rua.
Todos esses sinais e muitos outros, devem ser observados com cuidado para que o diagnóstico precoce possa minimizar o sofrimento sentido pelos pacientes, ajudando a melhorar a qualidade de vida do sujeito.
Acolher sem julgamentos é importante para que o paciente sinta-se confortável e confiante durante o processo de tratamento. Ter o apoio familiar livre de ideias preconcebidas e aberto a compreender a realidade em que o parente está inserido, pode contribuir enormemente para o bem estar do sujeito.
Como muitos pacientes com Alzheimer costumam pensar que são um fardo na vida dos familiares, é importante que os parentes demonstrem sensibilidade com relação ao sofrimento que o paciente está passando, isso o ajuda a deixar de lado ideias negativas que podem surgir durante o tratamento.

É essencial que nos casos de Alzheimer o paciente busque os profissionais de saúde mais qualificados para o tratamento da doença. Logo, é indicado a consulta com neurologistas e psiquiatras, sendo esses, os profissionais mais qualificados para a realização do diagnóstico da doença de Alzheimer.
Vale ressaltar que, a intervenção com profissionais da psicologia também é muito importante, tendo em vista que, o confronto com o diagnóstico pode provocar sérias implicações emocionais nos pacientes e familiares. Se esses aspectos não forem trabalhados, o paciente pode acabar desenvolvendo comorbidades como quadros depressivos ou ansiosos.
Esses aspectos podem dificultar o processo de tratamento, diminuindo a qualidade de vida dos sujeitos, logo, a intervenção multiprofissional é a melhor opção para um tratamento que envolva todas as dimensões do paciente.
O fevereiro roxo traz o debate sobre o Lúpus, a doença de Alzheimer e a fibromialgia. Sendo importante entender um pouco mais sobre as características de cada uma dessas doenças para que o diagnóstico precoce possa ser realizado.
O Lúpus ou Lúpus Eritematoso Sistêmico é definido como uma doença autoimune e crônica, ou seja, não tem cura. A manifestação desse quadro é mais comum em mulheres e seus principais sintomas são: sensibilidade ao sol, perda de apetite, erupções na pele, epilepsia e quadros psicóticos.
A fibromialgia é uma doença crônica caracterizada, principalmente, pela presença de dores intensas em diferentes partes do corpo. Por ser uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas, a fibromialgia vêm associada a diferentes tipos de alterações como problemas cognitivos, dificuldades no sono, como a síndrome das pernas inquietas e problemas intestinais.
Já o Alzheimer é uma doença degenerativa que acomete, majoritariamente, pessoas idosas e que têm como principal característica uma acentuada perda de funções cognitivas e da memória. Pesquisas apontam que cerca de um milhão de pessoas convivem com o Alzheimer no Brasil. O fevereiro roxo serve como uma importante ferramenta de informação sobre essa patologia.

O principal alerta trazido pela campanha do fevereiro roxo é a busca por um diagnóstico precoce para doenças como o Alzheimer, por exemplo. Esse aspecto é muito importante no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento dos desafios impostos na vida de um paciente acometido com uma doença incurável e degenerativa.
O Alzheimer é uma doença dividida em estágios, logo, cada fase vai apresentar um conjunto de sintomas específicos.
No primeiro estágio, caracterizado como leve, o sujeito passa a sofrer com alterações na memória, esquecendo acontecimentos recentes e tendo certa dificuldade em realizar determinadas tarefas do dia a dia.
Já no segundo estágio, considerado moderado, começam a surgir os problemas de linguagem, desorientação em tempo e espaço, mudanças de humor e esquecimentos mais acentuados.
No terceiro estágio, forma grave da doença, o paciente apresenta grande dificuldade de comunicação, tem problemas para se alimentar, além de alterações motoras que dificultam a sua vida, sendo necessária a ajuda de cuidadores e familiares constantemente.
O último estágio representa a fase terminal da doença. O paciente já está com a saúde muito debilitada, com prejuízos gravíssimos na memória, sendo incapaz de recuperar memórias do passado ou reconhecer pessoas próximas, além de todas as implicações psicomotoras que manifestam-se.
A doença de Alzheimer não tem cura. Contudo, existem diversos tipos de tratamentos que podem ser utilizados para diminuir a velocidade e a capacidade de degradação cerebral provocada por essa doença.
Alguns medicamentos podem ser utilizados no tratamento do Alzheimer. Entre os principais, temos: donepezila, rivastigmina e galantamina. Vale ressaltar que o uso dessas medicações deve ser realizado somente quando prescritas por um médico especializado.
A donepezila pode ser usada em todos os estágios da doença de Alzheimer e age sobre as áreas do cérebro responsáveis pelo processamento da memória. Este medicamento apresenta alguns efeitos colaterais como diarreia e náuseas.
A rivastigmina eleva o nível de acetilcolina no cérebro. Essa substância sofre alterações em pacientes com Alzheimer e assim como outras medicações voltadas para o tratamento dessa doença, apresenta efeitos colaterais como sintomas gastrointestinais.
A galantamina promove a mesma ação que os outros medicamentos voltados para o tratamento do Alzheimer, alterando a produção e a liberação do neurotransmissor acetilcolina. Esse medicamento também apresenta efeitos colaterais como diarreia e tontura.
Além dos medicamentos, outras estratégias são importantes no tratamento da doença de Alzheimer. A psicoterapia tem um papel significativo no processo de cuidado com os pacientes.
O diagnóstico do Alzheimer provoca um grande impacto na vida das pessoas. Em muitos casos, os pacientes passam a construir ideias negativas, pensando que podem virar um obstáculo na vida dos familiares, além de precisarem elaborar as questões relacionadas à morte.
Junto a isso, doenças como o Alzheimer tendem a provocar um intenso sofrimento aos familiares e cuidadores. Logo, é muito importante que essas pessoas também busquem o atendimento psicológico, para que possam servir de apoio para o parente que está passando pelas dificuldades impostas pela doença.
Uma técnica alternativa que vem sendo utilizada para o tratamento do Alzheimer é a musicoterapia. A partir da utilização de músicas que fizeram parte da história do paciente, o musicoterapeuta promove um trabalho de estimulação dos processos relacionados à memória.
Além disso, a música também possui um aspecto emocional muito forte, contribuindo para a melhora do humor do paciente. Quando associada a utilização de instrumentos musicais, essa técnica também contribui para a melhora das atividades motoras.
A fisioterapia também pode ser utilizada no tratamento, com o intuito de melhorar a realização das atividades físicas que são afetadas pelo quadro de Alzheimer. Essa terapia contribui enormemente para que o paciente tenha uma maior qualidade de vida, diminuindo as dores e contribuindo para a realização de pequenas atividades do dia a dia.
Discutir sobre o fevereiro roxo traz diversos benefícios para a sociedade, principalmente no que diz respeito às estratégias de prevenção e cuidado com a saúde da população.
O acesso à informação e a possibilidade de debater sobre as enfermidades que são discutidas durante todo o fevereiro roxo, proporciona a conscientização das pessoas sobre a importância de buscar estratégias de autocuidado.
Entender os sintomas, e os sinais que devem ser percebidos, quando alguma dessas doenças se manifesta no organismo é a melhor forma de alcançar um diagnóstico precoce. Isso possibilita a busca por diversas formas de tratamento disponíveis para o enfrentamento do quadro.
Vale ressaltar que, a busca por profissionais de qualidade e bem capacitados é um diferencial importante para o sucesso do tratamento. Assim como, o apoio familiar e a motivação do paciente, representam aspectos que ajudam na adesão e manutenção do tratamento.